quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Café Paulistano

Café com leite e pão na chapa,
Numa padaria na Penha ou na Lapa.
Café no Largo do Café,
Pingado na Praça da Sé.
Andar a pé e tomar café Pelé no Tatuapé.
Tomar café e engraxar sapato,
Em frente à Bolsa de São Paulo.
Pra quem está atrasado,
Cafezinho no copinho de plástico.
Café no copo de pinga,
Lá longe, na periferia.
Café na xícara numa cafeteria,
Em plena Avenida Paulista,
Ou em São Miguel Paulista.

Café na caneca na Frei Caneca.
Café com leite no Viaduto do Chá.
Café amargo no Largo 13 de Maio.
Café com pão de queijo,
Tem jeito mineiro.

Café forte pra quem tá fraco,
E café fraco pra quem gosta de café ralo.
Café da manhã,
Pra esquecer o dia de ontem.
Café sem açúcar,
Pra quem bebeu demais,
E não se lembra de mais nada.
Café com liquor,
Depois do sufoco no Metrô.

Café e cerveja no Bixiga,
Combina de noite ou de dia.
Na Liberdade café com saquê,
E ouvir irashaimase* de um japonês.
Café com pastel e caldo de cana,
Na feira livre em Santana.
Café e relax sem nada pra fazer,
E apreciar o aroma do Tietê.
Café no copo e olhar pro alto,
E curtir o rush de helicópteros.

Café no copo sujo,
Pra quem vive debaixo do viaduto.
Que desrespeito,
Pra quem não tem nada,
E perdeu tudo,
Mas é digno como um cidadão do mundo.
São Paulo abre seus braços a todos,
Mas não é a todos que ela abraça.

Minha Sampa, aí vai um pedido,
De quem não tem te esquecido:
Não abandones nenhum filho teu,
Mesmo quem mora num arranha céu,
Na favela ou quem vive ao léu.
*Irashaimase (lê-se irachaimassê) – Seja bem vindo em japonês.
                                                Fevereiro 2014



Café na caneca na Frei Caneca

2 comentários:

  1. Caro Clei,
    conhecendo suas preferências, eu ter recomendo café com catupiry.

    Abraços, Antonio Luiz.

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    Respostas
    1. Saudações, Le Baldô.
      Continuo com a opinião de sempre: extermínio ao catupiry!

      Abraço.

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