segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O melhor do pior

Como é bom ver tudo “melhorando”,
Enquanto tudo vai se perdendo.

Tá tudo nos apertos,
E os parafusos todos soltos.

Bons ventos sopram a barca furada,
Da humanidade de ressaca.

A copa se organizando,
E minha despensa se empoeirando.

Aeroportos voando baixo,
Bem lá nas alturas,
E eu aqui embaixo,
Pelas calçadas e suas rachaduras.
O que o pessoal alega,
É a famosa falta de verba.
Pra mim,
Isso é verba pra boi dormir.
Mas eu tenho que continuar,
A pastar e engolir.

A TV preto e branco,
Mostra a dama de vermelho,
Sorrindo e dizendo pelos cotovelos,
Que tá tudo azul na América do Sul.

É gente muito educada,
E pedem pra gente melhorar,
Nossos estádios de espírito...
Me sinto lançado às arenas,
Pro mundo assistir,
Através de suas antenas.
Cá com meus botões faltando,
Acho que tudo é pra inglês vê,
E sair falando.

Tem um povo por aí,
Que gosta de um couro pra chutar,
E um pandeiro pra descer o dedo!
Eu não sou de couro,
Mas já chutaram meu lombo.

Reclamam que reclamo demais,
Mas já vi muito de menos.
E já ouço os tambores e enredos,
Decorados e pelados.
Vem logo, Fevereiro,
Pra uma legião acalmar os nervos,
E esquecer os entreveros.
                                                   Fevereiro 2014


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