quarta-feira, 3 de abril de 2013

Desfile da vida na avenida

Nem amanhece,
E a avenida já está cheia de tudo,
Carros, gente e coisas mais.
O relógio diz que é cedo,
Mas tem gente que já está na avenida,
Ou tem gente que ainda está por lá.
Tem gente na avenida,
Que tá indo pra casa.
Tem gente na avenida,
Que já está em casa.

Ah, caminhões, ônibus e carros,
Rodam e rodopiam pelo asfalto,
Com seus sapatos emborrachados.
Suas rodas rodam pelo sujo,
Se sujam e não se importam.
Suas rodas passam por cima,
Do limpo e do sujo.
E os bueiros estão pelas bordas,
 Abrem suas bocas,
E engolem tudo.
Depois passam mal,
E vomitam nossos entulhos.

A avenida parece uma dama,
Se sente mulher vaidosa.
Avenida cheia de curvas,
Perigosas e sinuosas.
Avenida de passados e segredos;
Suas esquinas metem medo.
Polícia vem tarde ou chega cedo,
Mas com visita de ambulância e bombeiro,
Avenida vira dama de vermelho.
Que realidade dura!

Mas a sua dureza é superficial,
Avenida por dentro,
É de terra igual a gente.
Bem lá no fundo,
Lá embaixo de tudo,
Tem muita vida,
Querendo voltar à vida,
Sufocada e soterrada,
Pelo asfalto todo moderno.
E tem muita terra por aí,
Querendo ser moderna,
Querendo roupa de asfalto,
E desfilar de avenida e salto alto.

Mas avenida tem glamour,
Com faróis e muitas luzes.
Mas apesar da claridade,
E holofotes pela cidade,
A escuridão encobre suas vaidades,
A escuridão deixa claro suas verdades.
Pela avenida desfilam,
Luz e escuridão,
Morte e vida todo dia,
Todas de mãos dadas,
Todo dia pela avenida.
Jornais e revistas marcam visita,
Amam estar no asfalto da avenida.
                                                         Abril 2013 




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